Entrevista: A Primeira Consulta com um Psiquiatra

A primeira consulta foi o segundo tópico abordado na entrevista com o Dr. Marcelo Menino no programa Saúde e Bem-Estar. Nossa conversa foi sobre a primeira consulta e alguns aspectos da depressão. Por isso, te convido a assistir para desmistificar a consulta psiquiátrica e ter informações mais relevantes para seu tratamento ou pela sua busca.

Assista o vídeo no youtube ou abaixo:

Agora vamos aos principais pontos abordados na entrevista do Dr. Marcelo comigo.

A Primeira Consulta Psiquiátrica

A primeira consulta psiquiátrica é um processo essencialmente de acolhimento e compreensão do paciente em sua totalidade. Ao contrário do estigma comum que associa a psiquiatria a um sinal de loucura, essa consulta inicial é uma oportunidade para desmistificar esses preconceitos e abordar a saúde mental de forma leve e sem julgamentos.

Durante essa primeira interação, o foco está em estabelecer uma conversa aberta e detalhada. Meu objetivo é entender o que levou o paciente a buscar ajuda, quais são suas preocupações e como essas questões estão impactando sua vida. Além disso, para mim, é importante contextualizar meu paciente além dos sintomas, explorando aspectos como sua vida familiar, relações interpessoais, ambiente de trabalho, crenças religiosas e qualquer outra dimensão que possa influenciar seu bem-estar mental.

Outro fator importante é que a consulta inicial também envolve a identificação de sintomas específicos, sua duração, intensidade e o impacto que eles têm na vida do paciente. Dessa forma, é comum os pacientes chegarem com um histórico de sofrimento prolongado e medo de tratamento, muitas vezes devido a experiências passadas negativas. Por isso, acredito ser crucial criar um ambiente de confiança onde o paciente se sinta seguro para compartilhar suas preocupações.

Relação Terapêutica e Confiança

Na minha prática como psiquiatra, acredito profundamente que a relação terapêutica e a confiança entre o paciente e o profissional de saúde mental são essenciais para um tratamento eficaz. Para mim, essa relação vai muito além da simples prescrição de medicamentos; trata-se de criar um ambiente seguro e acolhedor onde o paciente se sinta confortável para explorar e discutir questões pessoais profundas.

Vejo a confiança como a base que permite ao paciente abrir-se sobre aspectos íntimos de sua vida, muitas vezes nunca compartilhados com ninguém. É fundamental que o paciente sinta que está sendo ouvido e compreendido sem julgamentos. Esse vínculo de confiança facilita a comunicação aberta e honesta, permitindo-me oferecer o suporte necessário para enfrentar desafios emocionais e psicológicos.

Além disso, acredito que o tratamento eficaz não se limita ao uso de medicação. Embora os medicamentos possam ser uma parte importante do processo terapêutico, eles são mais eficazes quando combinados com a capacidade do paciente de abordar e trabalhar suas questões emocionais em terapia. O ambiente seguro que procuro proporcionar permite que o paciente explore suas emoções, identifique padrões de comportamento e desenvolva estratégias para lidar com suas dificuldades.

Dessa forma, acredito que a relação terapêutica baseada na confiança é essencial para o sucesso do tratamento em saúde mental. Assim, gosto de dizer que ofereço aos meus paciente um espaço seguro para crescer, aprender e se curar, com o apoio de um profissional que entende suas necessidades e respeita sua jornada pessoal.

Sei que podem ser muitas informações para acolher num primeiro momento. Inclusive, criei uma área só para falar sobre a primeira consulta que é cheia de estigmas.

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Lílian Félix - Doctoralia.com.br
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